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‘Nunca pensei em ser presidente da Embrapa: fui fazendo meu trabalho e isso foi reconhecido’, afirma Silvia Massruhá, primeira mulher a liderar a empresa 

“A gente talvez não perceba, mas acaba sendo estímulo para que outras mulheres possam lutar pelos seus sonhos”. O comentário é de Silvia Massruhá, há quase um ano na presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Primeira mulher a assumir o cargo, a doutora em computação aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) inspira profissionais femininas a buscar sempre mais. Silvia Massruhá recebe a justa homenagem da Belgo Arames no Dia Internacional da Mulher – celebrado em 8 de março. Confira trechos importantes de sua entrevista exclusiva no Instagram @belgoagrooficial. 

“Antigamente, as mulheres não tinham tantas oportunidades. Hoje em dia, elas se capacitam mais. Tive um estímulo muito grande dos meus pais. Meu pai dizia: ‘Se você quer estudar, vá estudar’. Então, eu batalhei muito para estudar, fazer concurso e entrar na Embrapa”, conta. Isso aconteceu nos anos 1980, quando ela concluiu a graduação em análise de sistemas de computação na Pontifícia Universidade Católica (PUC), de Campinas (SP). Em 2009, se tornou chefe de pesquisas e, seis anos depois, foi a primeira chefe-geral mulher da Embrapa Agricultura Digital. 

A Belgo Arames, líder e referência no mercado de arames de aço, tem feito sua parte para contribuir com o avanço da mulher no mercado de trabalho. Esse compromisso está muito além do discurso, com a implementação de ações concretas, como a meta de elevar para 30% o número de colaboradoras até 2030. Atualmente, de 3.200 empregados, 18% são mulheres. Em 2020, a empresa havia proposto aumentar para 10% a ocupação feminina em cargos de liderança em um prazo de três anos. Mas, em apenas um ano, dobrou estes dados: de 7,9% para 14,4%. Em 2024, o percentual está em 16%. 

“Nossa empresa, além de ter aderido aos Princípios de Empoderamento das Mulheres propostos no Pacto Global das Nações Unidas, mantém um grupo de afinidade de Equidade de Gênero composto por 46 pessoas voluntárias, que propõem ações positivas para as mulheres em um setor que ainda tem mão de obra majoritariamente masculina”, afirma a gerente de diversidade e inclusão da Belgo, Luciana Macedo. Ela é um exemplo da dedicação interna de formação de líderes femininas. Contratada como analista, em 2011, também foi coordenadora antes de assumir o cargo atual. 

A Belgo Arames também é signatária de iniciativas importantes que favorecem o público feminino: o Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher (Movimento Mulher 360) e a Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, organizada pelo Instituto Avon, ONU (Organização das Nações Unidas) Mulheres e Fundação Dom Cabral. “Como comentou a presidente da Embrapa, há muitos desafios e temos muito para avançar. Na Belgo, sabemos que estamos no caminho certo, em benefício de um país mais diverso”, finaliza Luciana. 

“Nunca pensei em ser presidente da Embrapa” – Silvia Massruhá ficou na chefia geral da Embrapa Agricultura Digital até 2022 e, em 2023, assumiu a presidência da empresa, que é vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). “Eu nunca pensei em ser presidente. Sempre pensei em me capacitar para estar naquele cargo [que ocupava]. A oportunidade que eu tive de ser chefe da Embrapa Agricultura Digital abriu um espaço muito grande e foi habilitadora para que eu fosse selecionada para presidente”, diz. “Fui fazendo meu trabalho e isso foi reconhecido pelos meus colegas, que ao longo da minha carreira estavam me observando”, reforça. 

Apesar da conquista, Silvia reconhece que os desafios são grandes. “Para as mulheres, são maiores”, salienta. “Mas ainda vai chegar uma época em que a gente não vai precisar falar isso, eu espero.” A presidente da Embrapa relata que há uma cobrança maior sobre as mulheres – especialmente neste contexto, em que mais profissionais femininas estão despontando em cargos de liderança. “Na pesquisa agropecuária, 38% [dos profissionais] são mulheres. Nos cargos de gestão, são cerca de 25%. Diminui um pouco [o percentual], mas na minha época, eram só 10%. Temos muito para avançar.” 

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